sexta-feira, 27 de abril de 2012

(FORRÓ) (PARAÍBA)


PARAÍBA

Meu país é tropical
O seu povo é mais fogoso
Pula e brinca carnaval
E dança um forró gostoso
Agarrado na morena
Coladinho na loirinha
A noite fica pequena
Pra curtir essa farrinha.

É na Paraíba é na Paraíba
Que forró sacode, poeira sobe,            BIS
E mulher se agita.

Nosso povo tem carinho
Nossa terra tem mais sol
Sempre damos um jeitinho
Para vê o futebol
Muita mulher de bobeira
Desejando um grande amor
Nossa terra é forrozeira
Nosso povo é dançador.

É na Paraíba é na Paraíba
Que forró sacode, poeira sobe,            BIS
E mulher se agita.

Nossa terra tem riquezas
Do litoral ao sertão
Uma ilha de belezas
Do Brasil é o coração
Graças à mãe natureza
É mais verde, esse torrão,
Um oásis, com certeza,
Um orgulho pra nação.


 EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO.



DISTRAÇÃO


DISTRAÇÃO

A vida que voa
A ave que passa
O som que ressoa
O tempo ultrapassa.

A mão que acena
A faca que corta
O ato encena
O tempo recorta.

A roupa que veste
A pele que tira
O medo reveste
O tempo retira.

A musa que olha
A face que pede
O orvalho molha
O tempo impede.

A chama que volta
A bela que corre
O erro revolta
O tempo recorre.

A rima que cola
A noiva que trai
O vento decola
O tempo distrai.

EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

XOTE II (TERRA QUERIDA)


TERRA QUERIDA

Quando o trovão faz tremer a consciência
Dos poderosos que nem ligam pro lugar
Chegou a hora de pagar a penitência
Cuidar da terra onde nós vamos plantar.

O milho verde vai surgir com a invernada
Vai florescer todas as plantas que tem lá
Bem no terreiro vem cantar a passarada
Em um pereiro que faz sombra no lugar.

Meu Cariri, minha casa, minha vida.
Terra querida que eu sempre vou amar
Minha saudade se transforma em alegria
Que a poesia me ajuda a te contar.

Ô Cariri, tuas terras têm magia.
Tem alegria em todo canto que olhar
Tua beleza se renova a cada dia
E a natureza presenteia o teu luar.

EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

ASTRAL


ASTRAL

O medo da morte
Incomoda a alma
Que clama por sorte
Na falta de calma
Reduzindo o porte
E culpando o trauma.

O amor é veneno
A paixão é o pecado
O vício é sereno
E maltrata um bocado
Se o desejo é pleno
A dor é o recado.

O caminho da mente
Não risca o chão
Só maltrata a gente
Que não tem o pão
E sofre inocente
Pedindo perdão.

O preço da vida
É pago na terra
A dor da ferida
O tempo encerra
Gente desprovida
Quase sempre erra.

A falta de pão
É algo que mata
Dói no coração
E muito maltrata
Faz o homem cão
E a vida ingrata.

Nossa fé em Deus
Ajuda ao viver
Como por Matheus
Amar é querer
Pensando nos seus
Se assim merecer.

A paz é esperança
E depende de nós
Viver na herança
Dos pais ou avós
Que pela lembrança
Estão perto de vós.

O sonho é a luz
No túnel escuro
Que longe conduz
A alma do puro
Que carrega a cruz
Com fé no futuro.

O chão é sagrado
E cura o mortal
Que é consagrado
No grande portal
Somente encontrado
No elo imortal.

O sono é viagem
Despertar é vida
Silêncio é passagem
Somente de ida
Se tens a coragem
O mundo convida.

EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO. 
 

terça-feira, 17 de abril de 2012

10 CULPAS


10 CULPAS

Quando sonho é 10 tino
A vida é 10 provida
O amor é só 10 culpa
E a morte 10 pedida.  

Quando quero 10 pertar
A saudade é 10 truida
O coração 10 virado
A vontade é 10 medida.

Quando estou 10 esperado
A palavra é 10 cumprida
O valor 10 pedaçado
A razão 10 assistida.

Quando ando 10 contente
A alegria é 10 cartada
O pensar é 10 medido
A tristeza é 10 pertada.

Quando estou 10 confiado
A mente está 10 viada
O ritmo 10 compassado
A noção 10 controlada.

 EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

COMPENSAÇÃO


COMPENSAÇÃO

A planície amplia a visão
E retira o senso de distancia
Leva a alma à fase de infância
Para a mente fazer a revisão
O seu físico, que é sua prisão,
Sente dor pelo fardo que carrega
Feito areia que nos dedos escorrega
Sua vida vai mudando de lugar
Como inseto o tempo vai sugar
Toda a seiva da planta que ele rega.


O planalto encobre os horizontes
Mas permite a quem sobe contemplar
A beleza que se torna exemplar
Mediante a altura de seus montes
Soberanos altiplanos feito pontes
Consolidam a beleza desse chão
Que comprova o poder da criação
E preserva a essência natural
De uma raça que já foi racional
Consagrada no poder da oração.


O riacho que contorna a paisagem
Testemunha a mudança ocorrida
Na terra que já foi tão repartida
E que sofre no calor da estiagem
Como um crente que diante da imagem
Sobrevive pela fé na esperança
Numa estrada traçada na lembrança
Sinuosa como o rumo do pecado
Seu declínio para nós é o recado
Que o homem necessita de mudança.


A caatinga transformada em carvão
Denuncia o descaso com a vida
Nessa terra cuja alma foi ferida
Pela força tão cruel da ambição
A consciência denuncia a punição
E a justiça veda os olhos ressentidos
Invocando velhos hábitos consentidos
Pela lei que se acha ultrapassada
Pra pobreza que não é recompensada
Por eleitos, pelos sonhos prometidos.


A cidade que abraça os forasteiros
Também cuida dos filhos com paixão
Dividindo com carinho e atenção
As riquezas de valores verdadeiros
Seu progresso engrandece os pioneiros
Que abriram as trilhas dessa terra
Nesse vale entre o rio e a serra
Povoado de amor e esperança
Cultivado com sonho e lembrança
Busca paz nesse mundo que faz guerra.


O mestiço oriundo desse chão
Desconhece o valor de sua essência
Mas se luta em favor da existência
Ele traça o destino em sua mão
Conduzindo a família em comunhão
Como fez o seu pai antigamente
Ele vive satisfeito e contente
Sem temer o presente ou o futuro
O seu sonho só parece imaturo
Para quem, não conhece nossa gente.       
    
EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO.

domingo, 8 de abril de 2012

O PAU D’ÁGUA


O PAU D’ÁGUA

O Pau d’água verdadeiro
Só gosta de aguardente
Nunca anda com dinheiro
Vive aperreando a gente
Fede como bode inteiro
E mente igual Presidente.

O bar é seu ambiente
Seu castelo de verão
Se ta dentro ta contente
E só sai no empurrão
Ao tomar uma aguardente
Dá uma cuspida no chão.

Pau d’água é encrenqueiro
E gosta de confusão
Pega o copo do parceiro
E o tira gosto com a mão
E sempre sai bem ligeiro
Na hora da divisão.

Quando ele ta contente
Todo mundo é seu irmão
Só fala bem sorridente
Abraça e pega na mão
Senta na mesa e mente
Provocando confusão.

Pra tomar a aguardente
Ele chega aperreado
Nem uns tapas, ele sente,
Se a bebida é fiado
Mas é rico e exigente
Quando ta embriagado.

Não há homem mais valente
Pelas bandas desse chão
Fala mal do presidente
Diz que o prefeito é ladrão
Mas só culpa a aguardente
Na hora da explicação.

Só trabalha pra bebida
Não pensa em seu futuro
Sua vida é bem sofrida
Seu pensamento é impuro
A família é esquecida
E a sina é andar duro.

O Pau d’água é atrevido
Na arte de paquerar
Mas dá o bote perdido
Quando vê mulher passar
Só olhar é permitido
O resto é só pra lembrar.

Quando está embriagado
O Pau d’água não levanta
Fica na rua deitado
Até cachorro, ele espanta,
O seu bafo ressacado
Amarela até planta.

Pau d’água é o cachaceiro,
O pinguço, pé inchado,
É o bebum, o caneiro,
O alambique, o chapado,
Pé redondo, biriteiro,
Pé na cova ou mamado.

EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO.