quarta-feira, 30 de maio de 2012

O TEMPO


O TEMPO

Sinto meu corpo cansado
O tempo é muito voraz
Não trabalha apressado
Por saber que é capaz.

Caminhando em segredo
Em todas as direções
Faz da vida um enredo
E de nós suas canções.

Em silêncio nos devora
Mas se diz passional
O seu dia não demora
Não quer ser racional.

Não teme um só perigo
Gosta de ser radical
Leva a emoção consigo
Seu pensar é vertical.

Viajando sem descanso
Fez do mundo a morada
Ajudando quem é manso
Durante a sua jornada.

Não dá pra se esconder
Sua ação é implacável
Ninguém pode entender
Essa busca incansável.

Sem avaliar conceitos
Mata o pobre e o rico
Acaba com preconceitos,
Seu poder é magnífico.


EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO. 

sábado, 26 de maio de 2012

CONSEQUÊNCIAS


CONSEQUÊNCIAS


O vento carrega as dores
O tempo cura as feridas
A mente lembra os amores
Lembra as paixões proibidas
O corpo lembra os carinhos
Deus nos mostra os caminhos
Quando as ações são perdidas.

O homem lembra os amores
A mulher lembra a paixão
Ambos contemplam as flores
Que são símbolos de união
As razões são diferentes
E estão sempre presentes
Nas questões do coração.

O tempo desbota as cores
Onde o homem põe a mão
Mas não tira seus valores
Nem muda nossa afeição
Quando amamos de verdade
Nosso amor tem qualidade
E quem manda é o coração.

O perfume vem das flores
Que enfeitam nossas vidas
A paixão vem dos amores
Que nascem às escondidas
Os homens buscam por paz
Enquanto a mente é capaz
De curar velhas feridas.

O amor tem seus valores
A alma os seus sentimentos
A paixão nos traz pudores
Que causam constrangimentos
Quem ama esquece a razão
Segue a voz do coração
Sem guardar ressentimentos.

O bem nos faz vencedores
E a vida é quem agradece
Pois somos como pastores
Que sem rebanhos padece
Quem ama seu semelhante
Torna-se estrela brilhante
E até o ruim reconhece.

EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO. 
 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

FORRÓ (MENINA DE SUMÉ)


MENINA DE SUMÉ

Eita que menina dançadeira
É a primeira, na cidade de Sumé.          BIS

Em todo ritmo
Ela faz e acontece
Homem bravo amolece
Não aguenta o rojão
Quando ela dança
O velho vira moleque
Do reumatismo esquece
E dança feito um pião.

Eita que menina dançadeira
É a primeira, na cidade de Sumé.          BIS

O tempo todo
Tem cabra desconfiado
Por perder o rebolado
Para aquele furacão
Quando ela gira
A poeira se levanta
O povo todo se encanta.
Ela é a sensação.

Eita que menina dançadeira
É a primeira, na cidade de Sumé.          BIS

O sanfoneiro
Que é um cabra esperto
Vai se chegando pra perto
Chamando a sua atenção
Mas a menina
Quando dá um requebrado
Deixa o homem aperreado
Com a sanfona na mão.

Eita que menina dançadeira
É a primeira, na cidade de Sumé.          BIS

Quando ela dança
Requebrando a cintura
Lembra-me uma mistura
De desejo e sedução
Me dá vontade
De gritar que eu a quero
Que a amo e espero
Ganhar o seu coração.

Eita que menina dançadeira
É a primeira, na cidade de Sumé.          BIS     


EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO.      
   

segunda-feira, 21 de maio de 2012

ESCOLHA DE ESTUDANTE


ESCOLHA DE ESTUDANTE


Quem estuda e aprende
Tem futuro garantido
De nada se arrepende
O sucesso é permitido
Em concurso é aprovado
Seu talento é comprovado
O tempo não foi perdido.

O preguiçoso se esconde
Por trás de uma cadeira
Sonhando que é um conde
Ele baba na carteira
Seu futuro é duvidoso
Pois sina de preguiçoso
É só conversar besteira.

Quem gosta de estudar
Vai ter vida mais amena
O seu saber vai lhe dar
Prazer na vida terrena
Ganhará muito dinheiro
Do luxo será parceiro
A conquista será plena.

Quem deixar de aprender
Vai chamar-se de coitado
Se pensar vai entender
Que é triste o resultado
Nunca ter o que precisa
Não comprar nem a camisa
De vestir num feriado.

No mercado de trabalho
Quem aprende se garante
Sempre terá um atalho
Jamais será um errante
Terá glórias e respeito
Muitas medalhas no peito
Um cidadão importante.

Quem da escola saiu
Ou deixou de estudar
A vida não lhe sorriu
A sina não vai mudar
Vai ter inveja e fome
E se não ralar não come
Somente a pé vai andar.

EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

FOLCLORE


FOLCLORE

Folclore é criança
Pois não envelhece
Quando a gente cresce
Divide a herança.

O real é sonho
Berço das ações,
Lendas, criações
De bicho medonho.

Tradição é riqueza
Do povo mais pobre
É também do nobre
Com igual beleza.

O palco é a mente
O herói uma fera
Seu lar é tapera,
O conto, a semente.

O personagem é gente
Vestida de bicho
No luxo ou no lixo
Brincando contente.

EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO.
 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

ÊXODO


ÊXODO

Esse chão que dá a vida parece sofrer...
Nas cenas de despedidas, nesse padecer...
Das pessoas que procuram outro amanhecer...
Longe desse sofrimento tentam renascer...

É a terra dos seus pais
É o chão dos ancestrais
É seu berço e é muito mais
É a vida que fica pra trás.

Esse medo que não sai de sua cabeça
Cria a cena que não deixa que você esqueça
Dessa fome que deseja que desapareça
Como um sonho, seu desejo é que aconteça.

É a terra dos seus pais
É o chão dos ancestrais
É seu berço e é muito mais
É a vida que fica pra trás.

Esse povo que trabalha e tão pouco tem...
Pede pra chover na terra, espera e não vem...
Se suplicar por ajuda, não chega ninguém...
Por isso deixa a terra, que quer tanto bem.

EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO.