quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CREPÚSCULO


CREPÚSCULO


Amazona que monta a lua cheia
Seu galope faz ondas em meu mar
Feiticeira, tal qual, uma sereia.
Que cultiva a arte de amar.

Teu jardim é o céu iluminado
Por estrelas de luz do firmamento
Onde escondes a dor e o pecado
Pra viver mais feliz cada momento

Tua casa é terra sem fronteira
Um recanto de amor e sedução
Sem divisa, sem cerca, sem porteira.
Onde mora também meu coração.

Seus caprichos de alma aventureira
Expandem-se com o brilho do luar
Conduzindo na noite passageira
Os segredos guardados no olhar.

Nesses rastros de luzes ofuscantes
Há caminhos que levam ao criador
Permutando desejos por instantes
Em veredas de ódio e de amor.

Uma dama em forma de estrela
Que cavalga cometas em meu céu
No crepúsculo somente, posso vê la.
Entre nuvens, envolta, feito véu.

Viajando em jornadas infinitas
Conhecendo os confins da criação
Contemplando paisagens tão bonitas
Obras primas, em pura perfeição.

Água, terra e céu fazem fronteiras.
Transcendendo o limite da razão
Derrubando a muralha derradeira
Que separa o egoísmo da paixão.

Um habitat de sonhos e delírios
Num oásis perdido em meu ser
Sacrifica o meu corpo em martírios
Que conduzem a um novo renascer.

Consciente do brilho dessa lua
Alquimista na dor do padecer
Peregrina nos campos e na rua
Um escravo de cada anoitecer.


EUGÊNIO GOMES DE MACÊDO.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário